A dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem neurobiológica. Assim, de acordo com a Associação Internacional da Dislexia, o transtorno é caracterizado por “dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Assim, essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas”.
Dessa forma, no artigo de hoje, conversamos com a psicopedagoga infantil e professora, Kátia Mastrangelo, para entender mais sobre a dislexia e seu tratamento.
Confira!
Dislexia e a falta de conhecimento
A desinformação sobre a dislexia ainda é generalizada. Suas causas, diagnósticos, tratamentos ainda são desconhecidos ou negligenciados pela imensa maioria da população.
De origem hereditária, estima-se que cerca de 20% do total das crianças sejam disléxicas. Pessoas disléxicas têm dificuldades para ler, escrever, soletrar, enfim de aprender. Por isso, é tão importante o diagnóstico e o acompanhamento dessas pessoas.
Segundo Kátia Mastrangelo, a ausência de conhecimento sobre essas possibilidades leva muitos pais a tratarem os problemas como indisciplina ou preguiça das crianças. Dessa forma, essa postura associada à desinformação de seus colegas e ao baixo preparo de muitas escolas em identificar o quadro reforçam as dificuldades dos disléxicos, além de causar sérios prejuízos psicológicos, fazendo com que a criança se isolar e detestar a escola.
Dislexia e infância
A psicopedagoga infantil, Kátia, informa que a dislexia costuma apresentar os primeiros indícios na infância. Por apresentar uma grande dificuldade para ler, 80% das crianças disléxicas começam a mostrar as dificuldades na área da alfabetização, por volta dos 6 a 7 anos.
“Temos o hábito de falar que a dislexia é um distúrbio da leitura e escrita, mas na verdade é um distúrbio de leitura. Entretanto, como costuma aparecer na alfabetização, e a criança depende da leitura para escrever, essa área sofre muitos atrasos. Assim, crianças que não são tratadas ou adultos que não foram diagnosticados ainda na infância, apresentam grande sofrimento psicoemocional e costumam abandonar a escola”, afirma Kátia.
Como os diagnósticos dos distúrbios de aprendizagem são os mais difíceis, os pais precisam estar atentos ao comportamento dos filhos, buscando identificar como eles estão aprendendo ou não. Além disso, é importante ter acompanhamento médico, com pediatra, neurologista, oftalmologista, além de buscar um tratamento com fonoaudiólogo, psicopedagogo e neuropsicólogo infantil.
Os principais sintomas:
Na linguagem oral:
- Atraso no desenvolvimento da fala;
- Problemas para formar palavras de forma correta, como trocar a ordem dos sons (popica em vez de pipoca) e confundir palavras semelhantes (umidade / humanidade);
- Erros de pronúncia, incluindo trocas, omissões, substituições, adições e misturas de fonemas;
- Dificuldade para nomear letras, números e cores, além de dificuldades para se expressar de forma clara.
Na leitura:
- Dificuldade para decodificar palavras;
- Erros no reconhecimento de palavras, mesmo as mais frequentes;
- Leitura oral devagar e incorreta. Pouca fluência, com inadequações de ritmo e entonação, em relação ao esperado para a idade e a escolaridade;
- Compreensão de texto prejudicada como consequência da dificuldade de decodificação;
- Vocabulário reduzido.
Na escrita:
- Erros de soletração e ortografia, mesmo nas palavras mais frequentes;
- Omissões, substituições e inversões de letras e/ou sílabas;
- Dificuldade na produção textual, com velocidade abaixo do esperado para a idade e a escolaridade.
Expressia e o tratamento da dislexia
Independentemente de quais forem as diversidades ou dificuldades nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, a intervenção terapêutica sempre se faz necessária. Nesse sentido, o apoio da tecnologia assistiva tem sido um divisor de águas no tratamento e apoio de pessoas com distúrbios de aprendizagem, como a dislexia.
Para Kátia, “a tecnologia fornece novos meios para a pessoa se comunicar, sem necessariamente precisar escrever ou ler. O Expressia, por exemplo, entra na estimulação cognitiva e na comunicação alternativa”.
O Expressia é um aplicativo de comunicação alternativa e estimulação cognitiva pensado principalmente para pessoas não verbais com causas relacionadas ao Autismo, Síndrome de Down, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Paralisia Cerebral, além do atendimento e reabilitação, em conjunto com outros aparelhos assistivos, de pessoas com outras deficiências.
No tratamento de pessoas disléxicas, Kátia usa o Expressia como um instrumento de atividades que traz um diferencial para as crianças desenvolverem as habilidades de leituras de forma mais atrativa e lúdica. Assim, as pranchas de comunicação permitem atividades personalizadas para cada criança, além de permitir um reforço maior, ao fazer a própria criança montar suas atividades, ajudando a melhorar sua auto estima, ampliação de vocabulário e habilidades de escrita e leitura.
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