A terapia ocupacional (T.O.) está se transformando e possibilitando uma experiência inclusiva à pessoa com deficiência. Através do teleatendimento e o auxílio da tecnologia assistiva, as distâncias estão se encurtando e a acessibilidade está cada vez mais possível. Nesse contexto, a rotina de pacientes e profissionais de T.O. também está mudando. Conheça, neste artigo, a atuação dessa importante área da saúde e como o atendimento à distância contribui com a inclusão de pessoas com deficiência.
O que é o teleatendimento na terapia ocupacional?
A terapia ocupacional é um campo da saúde que propõe tratamentos terapêuticos através das atividades humanas cotidianas. Ou seja, a T.O. estuda as ocupações como formas de tratamento, visando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas.
Com isso, principalmente em tempos de distanciamento social, as rotinas e atividades humanas são modificadas. Isso impacta diretamente o dia-a-dia de todos e pode ser muito prejudicial à saúde, principalmente para pessoas com deficiência. Nesses casos, a atuação da T.O de forma remota pode contribuir com o tratamento e desenvolvimento das funções motoras e cognitivas da pessoa.
Por isso, desde março de 2020, a terapia ocupacional está com as modalidades de teleatendimento liberadas por órgãos como o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). A modalidade abrange três formas de contato:
- teleconsulta: consultas clínicas com terapeutas ocupacionais;
- telemonitoramento: acompanhamento à distância, realizado com o auxílio da tecnologia assistiva;
- teleconsultoria: orientações efetuadas por terapeutas ou outros profissionais da área para explicar conceitos e procedimentos da área.
Além disso, o Coffito orienta o papel do terapeuta ocupacional em direcionar os seus pacientes sobre melhores formas de atendimento. Ou seja, analisar cada caso e diagnóstico, avaliando as necessidades e possibilidades de atendimento à distância.
Terapia ocupacional e a rotina no teleatendimento
Nesse cenário de inclusão, os profissionais da T.O também estão se adaptando e buscando alternativas para os seus atendimentos. No entanto, essas adaptações não são fáceis e exigem uma série de cuidados para que o paciente seja bem acolhido. Além disso, essa relação através dos dispositivos digitais não é mesma que realizada presencialmente em consultórios.
Por isso, surgem alguns desafios a serem enfrentados nessa modalidade. Para Lilian Viviane Barbosa, terapeuta ocupacional do Expressia e da TiX, manter as crianças engajadas durante o atendimento é uma tarefa que exige maior empenho e atenção. Esse processo também envolve a expectativa dos pais e familiares, que devem compreender o ritmo e desempenho da criança. Além disso, são necessárias adaptações para a realidade e cotidiano de cada família, observando quais são as características do ambiente do paciente. Isso inclui a rotina e as possíveis ferramentas e auxílios assistivos utilizados durante os atendimentos, que em muitos casos não fazem parte da realidade desses pacientes.
No entanto, esses desafios estão sendo superados com muita dedicação, carinho e compreensão. Desde maio de 2020 atuando na modalidade do teleatendimento, Lilian destaca como a atividade está sendo produtiva, com envolvimento dos familiares no processo de reabilitação dos filhos. Além disso, a terapeuta está entendendo mais o cotidiano de cada paciente. “Estou conhecendo melhor a rotina e as dificuldades que meus pacientes encontram para realizar suas atividades de vida diária. Com essa informação, estratégias têm sido empregadas para aumentar a participação dos meus pacientes nessas atividades, tornando-os cada vez mais independentes e com autonomia” afirma Lilian.
Teleatendimento como forma de inclusão
Com o teleatendimento, pessoas com deficiência podem realizar suas consultas e monitoramentos através de computadores e smartphones. Isso auxilia muito em tratamentos e terapias pois não necessita de deslocamentos pela cidade. Infelizmente, o cotidiano da pessoa com deficiência não é fácil. Há diversos obstáculos físicos, comportamentais e atitudinais que dificultam o seu dia-a-dia. Além disso, em situações como o distanciamento social provocado pela pandemia de COVID-19, evitar deslocamentos é uma das medidas mais seguras. Por isso, esta modalidade também é uma forma segura e confiável de realizar acompanhamentos de saúde, além de ser mais inclusiva e acessível.
Terapia Ocupacional e a tecnologia assistiva
Lilian, que também atua desde 2018 na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Belo Horizonte (APAE-BH), utiliza as soluções de acessibilidade da TiX (empresa dos mesmos fundadores do Expressia) com seus pacientes. A APAE é uma associação sem fins lucrativos que trabalha no desenvolvimento de medidas e ações inclusivas à pessoa com deficiência. Dessa forma, atendende pessoas com autismo, paralisia cerebral e síndromes diversas, a terapeuta utiliza o Teclado Multifuncional TiX e o app Expressia de acordo com as demandas e necessidades dos pacientes.
Entretanto, com o início de seu teleatendimento na terapia ocupacional, Lilian passou a utilizar muito mais o Expressia como uma ferramenta de atendimento à distância. Com a função de Estimulação Cognitiva ela cria atividades interativas de associação, ordenação ou contação de histórias. O app já vem com algumas atividades prontas, mas também é possível criar novas de uma forma muito fácil e intuitiva, utilizando imagens, voz, texto ou áudio.
Lilian compartilhou conosco algumas atividades que criou e estão na nossa Pranchoteca. Lá você pode testar as atividades sem precisar baixar nada e também acessar a explicação da própria Lilian para cada uma das atividades 😉 É só clicar aqui.