A Comunicação Alternativa promove a inclusão escolar ao fornecer meios para que pessoas com deficiência desenvolvam suas habilidades de comunicação. Mas antes de entender como essa relação ocorre e quais os tipos de comunicação alternativa, vamos conhecer a que essa área se destina.
Assim, a Comunicação Alternativa é uma área destinada à ampliação de habilidades de comunicação para pessoas com deficiência física, como problemas motores e de fala. Ela é fundamental para trabalhar as necessidades de cada pessoa com deficiência, melhorando a sua qualidade de vida e desenvolvendo a sua autonomia.
Ficou curioso? Confira, no blog de hoje, como a comunicação alternativa pode promover a inclusão escolar.
Entendendo a comunicação alternativa
De acordo com o Relatório Mundial sobre a Deficiência, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com alguma forma de deficiência. Além disso, 8 em cada 1000 pessoas não conseguem usar a fala para se comunicar.
O documento chama atenção para as barreiras no acesso a serviços básicos, como transporte, saúde, mercado de trabalho e educação que essas pessoas enfrentam diariamente. Assim, diante desse cenário, a comunicação alternativa surge para ampliar as habilidades de comunicação e inclusão em todos os aspectos de suas vidas.
Segundo a Dra. Margaret Chan, ex-diretora da Organização Mundial da Saúde, “nos próximos anos, a deficiência será uma preocupação ainda maior porque sua incidência tem aumentado. Isto se deve ao envelhecimento das populações e ao risco maior de deficiência na população de mais idade, bem como ao aumento global de doenças crônicas tais como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios mentais. Em todo o mundo, as pessoas com deficiência apresentam piores perspectivas de saúde, níveis mais baixos de escolaridade, participação econômica menor, e taxas de pobreza mais elevadas em comparação às pessoas sem deficiência”, explica.
Assim, o termo Comunicação Aumentativa e Alternativa veio a partir da tradução de “Augmentative and Alternative Communication – AAC”. Como termo resumido, chamamos de Comunicação Alternativa ou simplesmente CA, mas também podemos encontrar os termos “Comunicação Suplementar e Alternativa – CSA” e “Comunicação Ampliada e Alternativa – CAA”.
Como a comunicação alternativa promove a inclusão escolar?
A comunicação é uma das mais poderosas ferramentas para o estabelecimento de vínculos e relações sociais. A criança, desde seu nascimento faz uso do choro, do toque e do riso para expressar suas vontades. Começa a aprender a se comunicar pela fala e pela escrita aos poucos, dependendo das interações sociais para compor essa biblioteca mental.
Assim, no ambiente escolar, por exemplo, os alunos terão acesso a um dos principais sistemas sociais. Por isso é fundamental que a escola seja vivenciada com autonomia e acessibilidade, para que todos tenham possibilidades de se desenvolver.
Entretanto, apesar dos debates e do crescimento de aparelhos assistivos, alunos com algum tipo de deficiência enfrentam barreiras estruturais diariamente nas salas de aulas. Falar sobre Educação Inclusiva no Brasil ainda é bastante delicado, já que o debate perpassa investimento, legislação, metodologias teóricas e práticas, além de tecnologias acessíveis.
Por isso que a comunicação alternativa é tão importante para promover e facilitar o processo de inclusão escolar. Com a utilização de metodologias e recursos inclusivos, como pranchas de comunicação e sistemas simbólicos, a comunicação alternativa torna-se possível.
Recursos tecnológicos inclusivos
Sistema de símbolos gráficos
No Brasil, inicialmente, os sistemas simbólicos difundidos foram o BLISS e o PCS. Entretanto, existem outras bibliotecas de símbolos, como ARASAAC, WIDGIT, SYMBOLSTIX, PICTO, REBUS e PICSYMS.
Eles foram criados para fornecer recursos de comunicação alternativa como cartões de comunicação e pranchas de comunicação. Dessa forma, todos eles apresentam desenhos simples e claros, de fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades educacionais.
Um dos sistemas simbólicos mais conhecidos e utilizados é o PCS – Picture Communication Symbols (Símbolos de Comunicação Pictórica). Criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer Johnson, o sistema possui mais de 11.500 símbolos e está disponível no Brasil por meio dos softwares Boardmaker e Boardmaker com Speaking Dynamically Pro.
Pranchas de comunicação
São recursos assistivos que facilitam a interação de pessoas não verbais. As pranchas de comunicação são materiais impressos ou digitais que combinam ilustrações com símbolos e palavras escritas. Essas imagens podem representar objetos, cores, números, indicar letras do alfabeto, expressões e ações.
Assim, elas podem ser utilizadas em escolas, centros de ensino, por profissionais de reabilitação em tratamentos terapêuticos e em casa, no ambiente familiar.
| Você sabia? Alguns tipos de tecnologia assistiva combinam todos esses recursos de comunicação alternativa: Expressia O software monta pranchas para comunicação personalizáveis, além de diversas atividades interativas usando imagens, fotos, sons, música ou a própria voz. Assim, o Expressia foi desenvolvido para ampliar a autonomia na comunicação e no aprimoramento das capacidades de expressão de pessoas não verbais. Com a ferramenta, é possível trabalhar com a Comunicação Alternativa e Estimulação Cognitiva, além da reabilitação promovida por tratamento e acompanhamento especializado. TelepatiX O TelepatiX é um aplicativo que auxilia a fala, mostrando as letras do alfabeto que podem ser escolhidas por varredura, na tela de um celular, computador ou tablet. Dessa forma, mesmo com poucos movimentos, dá pra compor e vocalizar palavras e frases de um jeito muito fácil e simples. Mind Express É uma ferramenta que permite construir os recursos de comunicação e aprendizagem para estudantes em cada fase do seu desenvolvimento educacional. Assim, o Mind Express é um recurso aberto e, portanto, servirá para confecção de recursos pedagógicos e de comunicação com acessibilidade que atendam diferentes concepções e metodologias de ensino e aprendizagem. |
