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A luta das pessoas com deficiência: o movimento político

A luta das pessoas com deficiência: entenda o que foi O Movimento político das pessoas com deficiência.

Em um país com pelo menos 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência (IBGE), falar sobre direitos igualitários, inclusão e diversidade se faz cada vez mais necessário.  

Assim, ao chegar ao final do mês e da campanha do Setembro Verde, trazemos a história do movimento político das pessoas com deficiência no país. Além disso, separamos 2 perfis de ativistas incríveis para você acompanhar. Confira!

A luta das pessoas com deficiência

“Se até aqui a pessoa com deficiência caminhou em silêncio, excluída ou segregada em entidades, a partir de 1981 – ano Internacional da Pessoa Deficiente, promulgado pela ONU – passou a se organizar politicamente” (Emilio Figueira)

Assim, a história das pessoas com deficiência no Brasil evoluiu a partir do século XIX com a introdução do sistema braille no país, educação inclusiva para pessoas com deficiência e políticas públicas como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Entretanto, apesar dos avanços, ainda existe um longo caminho para transformar, inclusivamente, a sociedade.

É nesse cenário que nasce o movimento político das pessoas com deficiência ao final dos anos 1970. Assim, a partir do crescimento da consciência política, o movimento construiu, em 1980, a pauta comum de reivindicações dos seus direitos.  Dessa forma, a luta se caracterizou “contra” a segregação social, lutando pela desconstrução de valores éticos e desiguais da época. 

Assim, com o fortalecimento do movimento, o aumento da participação de pessoas, foi criado a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Brasil, e, no âmbito federal, a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE (Lei 7.853 de 1989), responsável pela Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e, posteriormente, surgiu o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE).

Ativistas para você conhecer

Luciana Viegas

Idealizadora do Movimento Vidas Negras com Deficiência Importam, Luciana mergulhou na luta anticapacitista quando descobriu que ela e seu filho Luiz eram autistas. Além disso, Luciana encontrou nos movimentos sociais uma forma de se conhecer e descobrir. A ativista e professora também faz parte da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça). Assim, no coletivo, Luciana encontrou diversas pessoas que lutam pelo seu espaço na sociedade.

Ativa nas redes sociais, a professora mantém um perfil no Instagram onde compartilha a educação anticapacitista, pensando na transformação desta realidade. 

Izabel Maior

“Em 1976, passei a ser uma pessoa com deficiência. Eu tinha 22 anos e estava no quarto ano da faculdade. Assim, na exploração cirúrgica, após suspeita de tumor medular, houve um grande insucesso, que originou a lesão motora. No dia seguinte, acordei tetraplégica”. 

Médica, professora e ativista do movimento social das pessoas com deficiência, Izabel foi a primeira pessoa com deficiência a comandar a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e é liderança há mais de trinta anos do Movimento das Pessoas com Deficiência. Assim, fez carreira no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, desde janeiro de 2000. Foi coordenadora do Programa Saúde Integral da Pessoa Portadora de Deficiência (SIADE), da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro.